Os Incêndios Florestais combinados com as Alterações Climáticas, quando não são detetados precocemente, transformam-se rapidamente em gigantescos incêndios rurais, inapagáveis, consumindo descontroladamente áreas imensas de florestas, bens e recursos.
O êxodo do Campo para as grandes cidades do litoral, e a ineficácia do acompanhamento na gestão dos recursos florestais agravam o problema dos Incêndios rurais. As pessoas concentram-se nas vilas e cidades e não há habitantes no Campo!
A Insubstituível Vigilância dos Territórios
Implementadas as Boas Práticas de Gestão Cinegética, a presença de pessoas é assídua nos territórios rurais. Os Caçadores têm interesse acrescido no Campo e são as espécies silvestres que é preciso cuidar a todo o custo a fim de se poder vir a caçar sustentadamente.
O Maneio e as Boas Práticas nas Zonas de Caça efetuadas pelos Caçadores têm efeitos diretos e indiretos na prevenção e deteção dos incêndios:
– Os Caçadores, Guardas e Gestores das Zonas de Caça atuam como vigilantes, estão em contacto permanente entre si, com as autoridades e são, durante estes verões cada vez mais escaldantes, os olhos e o olfato que detetam qualquer primeiro sinal de fumo ou cheiro a pasto queimado;
– Para facilitar e efetuar as múltiplas tarefas da gestão cinegética, as Zonas de Caça constroem e mantêm caminhos, aceiros e acessos, palanques de caça e de vigilância, que permitem, em caso de incêndio, uma rápida deteção, ação e combate;
– Os Caçadores realizam trabalho continuado de conservação e proteção do Habitat promovendo o melhoramento da qualidade de vida das espécies silvestres em geral: limpezas de matos, abertura, construção e conservação de charcas e limpezas de ribeiras e poços;
– As Zonas de Caça e os Caçadores procedem a intervenções nos matos, manutenção de clareiras e instalam culturas para a fauna, por entre zonas densas de floresta, onde introduzem a descontinuidade que permite, se necessário, conter e combater um incêndio nesses locais;
– Caçadores, Guardas e Gestores, têm uma presença constante e substituem-se no sentido de nunca deixarem esses campos abandonados. Principalmente no verão, revezam-se, não vão de férias, nem abandonam os seus trabalhos de acompanhamento e vigilância da qualidade de vida das espécies emblemáticas desses territórios, muitas vezes nem de noite. Como estão ligados entre si e, com motivações extra de proteção, põem de sobreaviso proprietários e trabalhadores dessas propriedades o que, em caso de suspeita de ignição de fogo, os faz, muitas vezes, ser os primeiros a chegar a esses locais munidos de máquinas e alfaias agrícolas;
– A vigilância e presença efetiva dos Guardas e Caçadores permitem controlar a caça furtiva e, portanto, o acesso de pessoas mal-intencionadas a territórios que, pelas suas características de conservação da natureza e do meio ambiente, como são muitas vezes as áreas da caça maior, os torna altamente vulneráveis ao crime hediondo de fogo posto;
– A existência de um efetivo variado e adequado de espécies animais de pecuária, combinada com a presença de diferentes espécies de caça maior, prevenindo o risco sanitário, desempenham a função de verdadeiras roçadeiras naturais sobre os pastos e matos, contribuindo assim para um maneio sustentável desses territórios altamente suscetíveis, inclusivamente a causas naturais como são as trovoadas secas de verão;
Felizmente menos, mas ocorrem incêndios também nestes territórios assim geridos e vigiados; aí, os Caçadores são os primeiros a organizar-se para incrementar o fornecimento de alimento e água à fauna silvestre que, de um momento para o outro, por culpa, na grande maioria das vezes do homem, se viu condenada à falência dos recursos que tardaram em recuperar…
Este insubstituível serviço de defesa e conservação dos recursos silvestres, de resiliência do mundo rural e, que é prestado, muitas vezes, inconscientemente pelos Caçadores e que deveria ser valorizado pelas organizações ambientalistas que realmente se preocupam com a Conservação da Natureza, custa zero ao Estado e aos Contribuintes.
