A Caça e a sua ligação com a Agricultura destrutiva

Existem muitas ocorrências devido às quais se perde o habitat natural das espécies silvestres, cinegéticas e não-cinegéticas; uma das mais importantes é a agricultura destrutiva; e nesta, seguramente, um dos factos mais importantes é o desaparecimento das margens entre as parcelas e a monotonia das superfícies cultivadas.

A utilização de produtos químicos na agricultura moderna provoca intoxicações diretas e a rotura das cadeias tróficas (de alimentação). São muitos os animais selvagens que morrem devido à rotura das cadeias de alimentação e que também morrem por intoxicação direta.

A aplicação de herbicidas no maneio das terras, o uso do fogo e a seleção das sementes conduziram ao desaparecimento da flora adventícia (fortuita, casual) dos campos de sementeiras. São, precisamente, as comunidades de plantas adventícias as que oferecem mais recursos às populações de alguns animais silvestres. Ao desaparecerem as ervas daninhas dos campos cultivados, provoca-se uma grande mortalidade nos insetos, que ali já não encontram alimentos para subsistir e têm de alargar as suas deslocações para os procurar, pelo que se expõem e morrem.

As sementes blindadas, os inseticidas e os adubos granulados provocam grande mortalidade. Os ciclos agrícolas têm tendência a ser cada vez mais curtos com o avanço da tecnologia, selecionam-se plantas de crescimento rápido em períodos curtos, e a maquinaria faz o trabalho a maior velocidade. Isto leva a que se produzam muitos acidentes durante o período mais sensível da reprodução de muitos animais selvagens.

O uso do fogo gera perdas diretas e indiretas ao quebrar as cadeias tróficas e, ao fazer desaparecer os recursos empobrece o solo.

Nos últimos anos, produziu-se uma grande transformação na paisagem agrícola, intensificou-se a atividade no fundo dos vales e abandonaram-se as parcelas das encostas e de montanha. Suprimiram-se as margens entre as parcelas das culturas e aumentou-se muito a sua extensão.

Eliminaram-se os ecotons entre a floresta, os matos, e os pastos com culturas, as ilhas de vegetação herbácea, os pequenos bosques, os riachos, os pequenos montes e as pequenas hortas. Fazem-se concentrações parcelárias sem pensar na vida silvestre, e esta desaparece.

Por outro lado, as encostas e as montanhas ao perderem as suas culturas os matagais tornaram-se mais espessos fechando os espaços abertos. Isto favoreceu a caça maior e os mamíferos predadores.

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